Cesar Perri
SP
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Escritor e Palestrante Espírita
Antonio César Perri de Carvalho nasceu em Araçatuba-SP, no dia 21 de Maio de 1948, filho de Rodolfo Graça de Carvalho e Josefina Perri de Carvalho, professora primária, descendentes de italianos. Sua família não era espírita, mas muito ligada à Igreja Católica.
Estudante da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Perri era aluno e amigo de Orlando Airton de Toledo, líder espírita na região, que o levou para participar da UME local. Esteve, então, sempre ligado ao movimento unificacionista.
No ano de 1972 casou-se com Célia Maria Rey de Carvalho, com quem teve 3 filhos: Daniel, Gustavo e Flávio. Perri formou-se Cirurgião Dentista e seguiu a carreira universitária na Faculdade de Odontologia de Araçatuba (Universidade Estadual Paulista – UNESP), na especialidade de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial.
Doutor em Ciências, atuou como Professor Livre-Docente e Professor Titular. Chefiou a Câmara Central de graduação da Universidade Estadual Paulista e foi Pró-Reitor de Graduação da UNESP. Autor de cerca de 80 (oitenta) trabalhos científicos, publicados em revistas especializadas do Brasil, Estados Unidos, Japão, Alemanha e Itália.
Em 1984, recebeu a “Medalha e Prêmio de Honra ao Mérito Luiz César Pannain”, do Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo; em 1985, “Prêmio Professor Antônio de Souza Cunha”, do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxílo-Facíal; no mesmo ano, “Prêmio Cidade Personalidade em Odontologia”, em Araçatuba. [i]
É um líder espírita bastante estimado nas hostes doutrinárias no Brasil e no exterior, Cesar Perri, após sua saída da presidência da FEB, permanece cumprindo uma trajetória importantíssima, que teve seu nascedouro há muitos anos, inicialmente, do movimento espírita paulista e depois no cenário nacional e internacional.
O primeiro contato com o Espiritismo tem apontamentos de alguns episódios mediúnicos que levou sua família a procurar o Centro Espírita Varas da Videira, a que passou a frequentar. Na vizinha cidade de Birigui, a família começou a participar do Centro Espírita Amor e Caridade. Assim César Perri inicia a tarefa, dentro do movimento espírita.
Em Araçatuba, já aos oito anos de idade, acompanhava a genitora e os seus tios. Uma das razões de sua mãe acelerar sua procura a médiuns amigos e depois reuniões espíritas foi o fato que Cesar entrava em transe, semelhante a casos descritos em “No Mundo Maior”. Os episódios foram evanescendo, à medida que frequentava as reuniões.
Na adolescência, César participou da fundação de instituição beneficente, inicialmente mantida pela família, e, aos 16 anos, fundou a Mocidade Espírita da Instituição “Nosso Lar”, em Araçatuba, começando nesta ocasião a falar em público. Desde essa época mantem predileções literárias pelo “O Livro dos Espíritos”, “O Evangelho segundo o Espiritismo” e a admirável literatura emmanuelina.
Aos 17 anos de idade participou da I Concentração de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil (em Marília), e passou a ser o representante da instituição beneficente de origem no Conselho da União Municipal Espírita de Araçatuba (Órgão da USE-SP).
Com seus 24 anos de idade, participou da fundação e da direção do Centro Espírita “Luz e Fraternidade” em Araçatuba. Foi diretor da União Municipal Espírita de Araçatuba e presidente de 1971 a 1986. Logo após passou a integrar a diretoria da USE (União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo), durante quatro anos, assumindo a presidência em 1990, permanecendo por três mandatos, concluídos no ano 2000.
Após sua aposentadoria, assumiu outro compromisso profissional em Brasília e passou a colaborar diretamente na Federação Espírita Brasileira (FEB) e no Conselho Espírita Internacional (CEI), embora, como diretor e presidente da USE-SP, já frequentasse as reuniões do Conselho Federativo Nacional da FEB, desde 1986.
Foi diretor da FEB, com atribuições em algumas áreas de comunicação social e principalmente como Secretário Geral do Conselho Federativo Nacional da FEB. Integrou a Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional e foi presidente da Federação Espírita Brasileira.
Sua percepção sobre o centro espírita é muito semelhante ao ideário dos primeiros cristãos dos tempos apostólicos. César é totalmente contra a excessiva formalização e escolarização na casa espírita. Para ele uma das questões cruciais da casa espírita é se criar espaço para o real acolhimento das pessoas que chegam aos centros.
Razão pela qual há necessidade de analisar, discutir e rever questões como a excessiva formalização e escolarização que ocorrem nos centros espíritas; a inadequação das propostas para crianças, adolescentes e jovens; um certo “engessamento” da mediunidade.
Cremos, que os anseios de César Perri de uma FEB menos burocrática e menos elitista, visando integração dos espíritas socialmente menos favorecidos ao movimento espírita, foram elementos perturbadores para as cobiças de poder da alta administração febiana, que impetrou fórmulas “democráticas”, através do Conselho Superior (inteiramente contaminado pelas tramoias internas da instituição), a fim de alijar César Perri da presidência da Federação Espírita Brasileira. E conseguiu!
No atual movimento espírita César Perri tem exercido intensa atividade social e literária, escrevendo inúmeros artigos em colaboração com diversos periódicos. É autor dentre outros dos seguintes livros: O Espiritismo em Araçatuba (1975); Dama da Caridade (1982); Em Louvor à Vida e Repositório de Sabedoria (1980), Vols. 1 e 2, (compilações) com pensamentos da psicografia de Divaldo P. Franco, Os Sábios e a Senhora Piper (1986); Entre a matéria e o Espírito (co-autoria Oswaldo Magro Filho – 1990) Espiritismo e Modernidade (1996), além de ser co-autor em diversas obras editadas pela USE e pela Federação Espírita Brasileira. Epístolas de Paulo à luz do Espiritismo (2016) (1) e Centro Espírita. Prática espírita e cristã (2016)
[i] Fonte: U.S.E. 50 anos de Unificação – 1947 a 1997.